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De costas pro infinito

Eu queria mil coisas, Mas sei que bastaria um toque seu Pra acalmar um coração que queima E uma mente que voa querendo rastejar. Seria eu aquele vulto que dobrou a esquina? Serão meus olhos naquele outdoor? Não há respostas eu sinto, O tempo bate forte no bom senso. E eu só queria que fosse simples, Simples assim. Hoje o perdão me acordou cedo Eu fui, sou e sempre serei opaco E neste contexto te deixei ir… Não és mais a musa que me inspira Desejo apenas isto, que vá E tente não se lembrar Daquele caminho que deixou pra trás, Pois será sempre lá que irás me encontrar. Edson Campos

Quando a manhã chegar

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A manhã veio, Deixando pra trás desconexas lembranças, Como partes de um sonho confuso,. Me pergunto o que eu era, O que fui nesta noite que finda. Como um lobo metamorfo, Me aproximo do humano que sou. Mas me afronta o remorso, Me enfrenta e encurrala, Por coisas acontecidas, E que eu supostamente fiz. Uma parte de mim não se afeta, Outra parte se culpa, Sei que não muda nada Aceitar este fardo, Assumir esta culpa. Se o pecado existe O preço e a sanidade. Mas direi ao meu próximo pra não temer, Não sou pior que o seu deus benigno, Nem melhor que seus demônios. Me sinto humano às vezes, E às vezes, até eu acredito em mim. A minha mente é um lago de águas turvas, De superfície calma e abismos profundos. Me falam de sombras, Mas estas dependem da luz. Quero acreditar que há um lugar para mim, Mas é difícil esta fé. Eu sou um ser da noite, É lá que meu coração silencia, Pra ouvir as estrelas. Por hora vou seguir existindo, Nas noites contemplando o limbo,

Poema do amor incerto

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Foi nobre o sentimento em mim nascido, Nobre também o que me fez partir. Renunciei o que seria a felicidade, Me fechei em mim. E pela regra moral, Justifiquei meu ato. Quase fui feliz, Quase pleno, Quase toquei a redenção. Um ser pela metade, Mas minha partida foi exata, Sem culpa, Certa e decidida, Por isto não olhei de volta, Fiz da razão o meu refúgio. Depois eu vi o tempo, O deus impiedoso, Que a tudo devora. Caminhei por tantas vidas, E quando parei percebi um sussurro, Quase ouvi meu lamento, Mas vi o sol que brilhava intensamente, Percebi o vento afagar a terra. E na roda do tempo, Algo me veio a mente. Me fazendo lembrar que parti pela incerteza, Escolhendo uma quase vida. Mas quando vejo o riso fácil, O limite que a vida impõe a todos, Deixando e adequando fardos, Percebo que, se não foi certo pra mim, O foi apenas por ser. Mas algo de bom veio até aqui, Que o incerto não resume a vida, Nos deixa livres pra pensar; Como seriam as vidas, Com

Sons do vento

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Não consigo ser feliz por horas Apenas os momentos me atraem, Mas prometo a mim me alegrar com o que tenho. Dizer ao vento palavras doces, Mostrando risos sem sentido. Sempre acaricio a brisa, Que me traz lembranças distantes. Sei que veio de longe, Até de outros tempos, Sinto-me bem quando ela passa por mim, Acaricia meu rosto, Toca as minhas mãos. E hoje estamos todos bem, Meu coração não existe, Apenas minha alma. Como sempre, Não consigo ser feliz por horas, Mas “que seja eterno enquanto dure”.

Apenas mais um idílio

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A face encobre o que sente a alma, E mostra sua superfíicie plácida, Ocultando a turbulência interior, Há batalhas que já nascem perdidas. Mas apenas o desejo pode se opor a razão, E ainda assim sair ileso. Meu coração mora longe, E longa é a dor que imagino. Tenho o sol, o vento, Mas o tempo me olha com seu riso, Escárnio próprio de quem percebe ações tolas. Sei sobre os caminhos, E onde cada um pode levar, Mas só aquele chama por mim, E se um dia eu me deixar levar, Quem pode me salvar me condena. Meu erro foi lembrar que existo, E me dar importância, Em um mundo a que não pertenço. Sinto apenas sua presença, Que se esvai ao som da tua voz. Meu erro me fez humano, E isto é o que me atrai em mim. Quanto a você, Sinto que és apenas uma idéia, E sendo idéia, tenho duvidas de onde partiu, Se do vazio em mim, ou de algo fora, De que me aposso e tento influienciar. Seja como for, uma parte de mim se perdeu, E a outra se eleva como um deus, Desdenhando o maras

Paz

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Eu busco a paz porque um dia ela acenou pra mim, chegou bem perto e logo se foi. Não sei ao certo o porquê, talvez pelo turbilhão que insisto em levar pra onde quer que eu vá, talvez pelas dúvidas que carrego comigo. Sei que todos os seres estão confusos, e não é recente esta constatação, isto foi antes de mim, mas sei também que devo um dia parar, e só então recomeçar. Esta paz, não sei se mereço, mas desde então anseio por ela. Mesmo estando hoje onde sempre estive...

Sombras

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Andei por terras distantes, e foram épicas as batalhas que travei. E quando a noite trouxe o frio pra alma, eu não me abati, me esperancei no sol que vinha, trazendo o dia, prenunciando a glória. E quando veio, senti a brisa morna da manhã, tocando a minha face. Depois de tudo me senti forte, olhando as coisas de cima, com a certeza de que nada poderia me ferir. Mas o destino brinca com as vidas que tem, e como uma criança peralta, quis saber o quanto forte era a armadura em meu peito. O que ela guardava de tão especial. Então veio você, como uma neblina opaca e despretensiosa. E ficou lá, bem no fundo, escutando meus sonhos, aprendendo o quanto é simples a maior das forças. E então você me feriu, sua indiferença cravou fundo,  atingiu minha alma. Ao sucumbir eu me lembrei, “eu nada tinha, nada desejava, por isto minha força, por isto minha liberdade”. Enquanto caia, olhei o abismo, e ele não tinha fim. Caindo por dias, minha alma em pedaços. Pensei não mais existir, e naquele a